No som das batidas, sincronia entre as cordas do violão e os passos  dela. 
Era de  vibrações que enchia o peito pra dançar! 
Amava aquela música porque vinha de dentro e varria as angústias, cada  sonho ainda não realizado. 
Como se fosse o último movimento, saltou o  extâse dos tambores de lá até ela,  fios de prata uniam os acordes e  aquela música que acordava no corpo. 
Os  suores eram as lágrimas  escorrendo e molhando a roupa, os  dias estavam cinzas e ela pintou a  cara da vida: naquele  instante ela pôde.
 Ninguém parecia entender, porque de fora essa procura  por razões cega os sentidos. Os olhos não viam aquela dança, porque  os olhos procuravam imagens. Os ouvidos não ouviam aquela música, porque os ouvidos procuravam som. Ela desencaixou os medos, ampliou com as  mãos o universo, chamou e  falou aos ventos da dança que queria ter com  eles. Clamou pela chuva  pra lavar a lágrima de seus olhos. Foi um momento de inteireza, até o céu olhou  aquela moça que bailava,  mandou os pingos de chuva pra  convidá-la a continuar. 
 Ela dançou e se esqueceu do tempo. 
-  porque às vezes é preciso deixar a música de dentro tocar, e fazer de cada situação um passo de dança diferente. 

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