20 de abr. de 2014

Não sei o que você está fazendo agora e nem o que tem feito nos últimos meses, faz tempo que não nos falamos, faz tempo que não nos encontramos.
Eu queria tanto tentar de novo, tentar de um jeito diferente, tentar pela primeira vez algo maduro e concreto, queria ir até você, abraçar-te e falar no seu ouvido bem baixinho que só quero ser sua, mas é só por hoje, amanhã vou acordar sacodir a poeira, lavar o rosto e seguir com a vida como tenho feito todos esses dias, vou continuar sobrevivendo com o sorriso na face e a dor no bolso, fingindo que já não sinto mais saudades e que não lembro mais das suas promessas.
Tenho vivido um dia após o outro cruzando os dedos para esbarrar com você na rua  para que assim o destino nos obrigue a encarar o que a gente tanto joga para o passado, talvez seja disso que precisamos para acertar os pontos, um tempo a sós para recolhermos as palavras jogadas ao vento e vomitarmos o que prendemos na alma, quem sabe na marra a gente não pega no tranco?
Quem sabe uma força sobrenatural não inventa de nos prender no elevador na tarde de uma sexta-feita chuvosa para dar-nos a chance de colocar um fim nessa história cheia de entrelinhas e coisas mal contadas, quem sabe não seja a hora certa de dos despedirmos com dois beijinhos na bochecha como velhos amigos e eu consiga dessa forma me desprender de você. Pode ser que seja esse o momento de irmos embora, cada um por seu caminho, nem sempre claro, nem sempre belo, mas menos confuso do que o que trilhamos juntos e menos sombrio do que o que você me deixou sozinha.
Não sei o que prefiro,  se peço por outra chance ou se torço para um final definitivo, talvez você nem se lembre mais de todas as coisas que dissemos um ao outro, talvez seu caminho já estava distante do meu há tempo e só eu não percebi, só que hoje eu só queria saber o que você está fazendo agora, o que tem feito nos últimos meses e principalmente como anda seu coração.

                                                                                         

26 de mar. de 2014


Sentada na areia quente da praia, ela via as horas se arrastarem lentamente.
Escorregarem tediosamente naquele monótono dia de domingo. 
Mais a frente crianças brincavam e suas gargalhadas eram como sedativos para sua dor, bem lá dentro.
De relance olhou para uma mesa ali perto.
Um casal conversava tranquilamente. Eles sorriam vez ou outra. Era nítido o amor que, pequenino ainda nascia entre eles. Já era notavel. Estava nos olhares.
Desviou sua atenção para o mar, o barulho das ondas quebrando nas pedras a fascinavam.
E ali pertinho, o oposto. Um casal de velhinhos abraçados, parecia comemorar longos anos de pura felicidade. Um amor maduro, contente.
Não pôde deixar de pensar, se o amor do primeiro casal cresceria de tal forma.
Para ela, chegava a ser constrangedor pensar no amor.
Pra não dizer doloroso.
Mas ali, diante dos ultimos fragmentos alaranjados do por do sol, deixava suas más lembranças no fundo do mar. E implorava, por felicidade!

10 de mar. de 2014


Sentimentos. Que nunca valeram de nada pra você, que nem sequer me amar, amou. Eu sei que nunca fui suficiente pra você. Nem pra você, nem pra ninguém. Pode confessar, que nunca fui a peça que faltava no seu quebra-cabeça, ou a chave que abriria o seu cadeado. Eu não era de nada pra você. “Quem garante que eu não estava lhe servindo, apenas para tapar buracos e curar feridas?” Ninguém. Poxa, eu sei que fui muito burra. Tão, mais tão, que pude acreditar em meras palavras. Palavras de promessa. Que obviamente, não se cumpriram. Pois agora, não acredito mais em nada. E tudo graças a você. Ô, pelo menos uma coisa boa né. Me ensinou algo que valeu a pena. É, tu me ensinou a ser forte, não acreditar em qualquer “eu te amo” de esquina não. Que quando a gente ama alguém, a gente prova do jeito mais bonito. É, coisa que você fez. Só que tinha um problema: era tudo mentira. Não, mas agora é sério, não vou mentir. Você me ensinou a amar. Você,  me ensinou a te amar. E hoje, eu amo as coisas da maneira mais bonita que sei. E eu ainda te amo. Mas quer saber? Chega. Chega de bancar a dramática e a chorona. Chegar de enfiar minha cara no travesseiro pra não ouvir os meus soluços. Chega de passar maquiagem pra disfarçar as olheiras, de noites mal dormidas e dias solitários. Chega, chega. Agora, eu vou mudar. Por que, saiba, que nem você nem ninguém, com toda sua falta de amor, vai acabar comigo. De novo. Saiba que agora, eu não me vou me importar mais. Com todas essas coisas que passaram, com tudo o que passamos. Passado é passado. Fica lá trás, pra trás. Exatamente agora o que eu tenho de melhor á fazer é esquecer. Mas esquecer tudo, tudo, de verdade. Por que eu sei, que nada, absolutamente nada, vai voltar. Eu não sei se queria essas coisas ficassem lá, presas no passado. Esperando ninguém as tirarem de lá. Mas aliás elas já estão sendo esquecidas por mim, quanto mais por você. Já foram. Pois eu as joguei todas fora. E eu sei que a minha parte eu já fiz. A sua, você nunca fez, porque talvez nunca tenha existido. Mas agora, dane-se também, eu não nasci pra sofrer, me humilhar e tudo mais, por você. Já basta. Bem, mas poxa, você não teve nem um pouquinho de consideração por mim? Diz mesmo pra que você me queria na sua vida. Era pra usar, pra testar sua capacidade de esquecer, magoar, humilhar, alguém tão fácil? E quando não desse mais, simplesmente jogasse fora, no lixo. Foi o que você fez comigo, e agora foi, o que eu fiz com nós. Aliás, não só com nós mas com todas as nossas coisas. E sinceramente, a única coisa que eu espero realmente, é que a droga do caminhão de lixo, passe logo, porque eu não aguento mais olhar da janela, pra aquele saco de lixo na calçada e ficar com uma vontade imensa de abri-lo. Talvez pra relembrar, pra consertar…qualquer coisa. Qualquer coisa que me trouxesse você de volta.

26 de fev. de 2014


Jurei ao vento que por ti não voltaria a chorar, prometi ao sol que seria forte para te mandar embora todas às vezes que você voltasse, a cada nuvem eu disse que não cairia em teus encantos novamente, para as flores falei que jamais voltaria a acreditar em tuas falsas palavras e ao mundo gritei que não havia mais sentimento dentro do peito.
Mas eu e esse meu pobre coração sabíamos que esse amor ainda estava aqui, que ele era um dragão adormecido louco para despertar e eu caminhei nas pontas dos pés durante todo esse tempo por medo de sofrer mais uma vez, durante esses meses servi a todos regada de um sorriso imenso que nunca fez parte de mim, disse a eles o que queriam ouvir, mas não tiveram paciência para ouvir o que eu tinha para lhes dizer.
Mas hoje a armadura estava pesada demais, deixei-a de lado, sentei um pouco para olhar o mundo e você sentou-se também, de alma despida eu me entreguei sem motivo algum, joguei-me ao chão e cá estou perdida em um desejo imenso de te ter de novo.
 E lá se foram às juras, as promessas, os dizeres, as falas e os gritos...
 Eu secretamente quis tanto e você como eu tanto implorei voltou, mas foi apenas para fazer a saudades aumentar um pouco mais, somente para me lembrar do quanto sou fraca perto desse amor.
Já te vejo distante como antes, já te vejo em meio de outros olhares, sorrisos e abraços. Estou tão perdida essa noite, estou tão solitária aqui dentro. Sem armadura eu sou tão pequena, meu amor, sem armadura eu sou tão sua...
Não importa o quanto eu diga que já lhe esqueci, a verdade é que você sobrevive em cada célula minha, mas ninguém entenderia isso, nem mesmo você.
Hoje sou pó, amanhã me recomponho e volto a ser a atriz da minha vida e assim vou caminhando até você surpreendentemente voltar para destruir esse meu rosto feito e borrar mais uma vez todo meu quadro com essa sua mania de me fazer lembrar o que eu não esqueço nunca.


20 de fev. de 2014


Eu duvido ! Duvido que você não chame meu nome quando você sente falta de alguém, duvido que não sinta falta do meu carinho sempre tão sincero, falta de me contar como foi seu dia, as histórias da sua vida que sempre foram pra mim melhor do que qualquer novela. Duvido que você não me procure nas biscates que você pega por aí, sempre tão vazias. Vazias igual a sua liberdade idiota que nunca te serviu pra porra nenhuma. Talvez esse seja o nosso problema, eu sou completa demais pra sua vidinha mais ou menos. Eu sinto, eu penso, eu falo, eu te conheço, isso te assusta né ? "Tô invadindo seu espaço ? Desculpa." Essa fui eu, durante todo esse tempo, me desculpando por que mesmo ? Me diminui pra você ficar maior, pra você não me perceber entrando na sua vida. Se você pudesse sentir o quanto isso dói você quem iria se desculpar. Eu queria ligar pra você, e te falar sem pausas tudo que eu ensaio toda vez que você me magoa, mas nunca digo pra não te magoar, afinal você não me faz mal por mal, e talvez esse seja o pior mal que se possa fazer a alguém, tão natural. Bobagem, como se algum ensaio no mundo fosse me deixar firme depois do seu 'alô'. Então é isso, tô te escrevendo ! Sempre fui mais segura com as palavras. Tô te escrevendo pra talvez um dia te enviar, mas to escrevendo. E não é sobre você dessa vez, é sobre mim. Sobre o quanto eu sou boa, igual a mim tá difícil meu bem ! Sobre como eu não preciso usar cinco centímetros de saia e um decote no umbigo pra ser mulher; Sobre como, ainda assim, só eu sei fazer de você um homem. Sobre muitas coisas, mas principalmente, sobre quantos homens eu poderia estar saindo nesse exato minuto. Não é com você, é comigo sabe ? Por exemplo, EU te idealizo nesse momento como o melhor, não que você seja. Acho legal você brincar com a sorte, mas se eu fosse você não teria tanta certeza da minha posse assim ! Talvez ninguém tenha te avisado ainda, então desculpa se eu vou te dar essa notícia sem te preparar antes, mas a porra do mundo não gira em torno do seu umbigo ! Ficou chocado ? Acontece. Só queria te dá um conselho, em nome da nossa amizade e meu carinho por você, tira uma mão da liberdade e segura um terço. Fica assim, agarrado nas duas coisas sabe ? E reza, reza muito pra não aparecer ninguém que mexa comigo enquanto você fica brincando de não saber o que quer. Porque eu sou amor, e ainda que não seja o seu, essa é a minha essência ! E você não deve acreditar muito nessa ideia, pelas tantas vezes que eu quase fui, mas um dia eu vou.. sempre foi assim ! Mas deixa eu te contar um segredo: se eu for, eu não volto.