16 de jul. de 2010



De onde estou escuto a chuva. Ela cai lentamente.
Bem sei que noto a chuva e ela, que está por toda a parte, não pode me notar. Que ela me molha como molha aos outros, que acaba no meu telhado como acaba nos outros. 
Tão essencial, tão sombria, tão indiferente, mas que bela é a chuva! 
É tão bela, tão válida. 
Basta que a vejas como uma brisa leve, que vem para lavar a alma.
Não é uma ventania , tampouco um temporal. 
Ah, o estar só! Tão suave e confortante que não me remete ao vazio. 
Há quem diga que a chuva é tão dura quanto as lágrimas e a solidão tão cruel quanto um torturador. Não as condene, são de bem, eu sei que são.
Não estão aqui para fazer sofrer, mas sim pra apagar um pouco as intensidades das idéias. Não, não é preciso pensar quando chove.
Abre a janela, ouve o leve estourar das gotas e sente a essência que exalam por onde passam. Não é claro nem colorido, não é animador nem alegre.
Mas é bom, e de alguma forma que as palavras são desnecessárias.
Muitas coisas boas vão além do que dizem as palavras.

Um comentário:

  1. Há coisas boas que nem o silêncio pode explicar, quem dirá as palavras...

    ResponderExcluir

Comente, opine, se expresse. Esse é o seu espaço. Que ele seja doce !