Eu te aninhei em
meus braços como quem aninha um poema, como quem aperta uma saudade, como quem
teme aquilo que tem nas mãos. Teme quebrar, teme machucar, teme desalinhar,
perder, descosturar ou esquecer. Eu te quis inteiro menino, guardei a
delicadeza de teu riso debochado e a quentura da tua bochecha corada. Quis
desenhar tua sombra pra pintar na minha memória, quis ser teu guia, teu rastro
no escuro, tua poesia pra finalmente te chamar de meu. Então, quando te vi em
meio às tempestades que inundavam teu rosto, eu te aninhei no peito, te tatuei
na pele. Fiz do teu corpo ninho pro meu desespero. E te sentia comigo em cada noite insone, tua fragrância adormecida pela saudade. Teu coração
ainda pulsava com o meu no mesmo ritmo de sempre. Eu te quis num abraço de
conforto, te beijei a testa e te deixei ser meu, como se nenhum hiato tivesse
sido exposto.
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