14 de ago. de 2011


Os dois permaneciam calados. Um de frente para o outro e aquele silêncio perturbador brincando entre eles. Já era noite. Um vento frio percorria as escadas, e era possível sentir a frieza do momento. A lua parecia que ia escorregando debaixo da porta, esticando-se por entre cada fresta do condomínio. Queria tocar com sua luz, o corpo gelado daqueles dois que os agasalhos fingiam aquecer.
Para quebrar o clima ruim, o menino perguntou à garota se ela sentia frio. Demorou alguns segundos até que as palavras saíssem de seus lábios. E para ele foi uma eternidade sem fim. Ela, calmamente, descansou aqueles grandes olhos pretos em algum lugar além e disse que não.
O silêncio faceiro continuou a correr e pular os degraus. Zombando alegremente da falta de palavras do menino.
Mas ele sabia que ela havia mentido! Assim como mentiu ao dizer que não o amava. Que nunca o amou, afinal?
O que o menino jamais poderia imaginar é que ela estava acostumada com a falta de calor dentro de si mesma. Sentia apenas o coração desacelerando para uma batida mais melancólica. Mais triste. Em perfeita sintonia com seu estado de espírito. O que o menino jamais poderia imaginar é que ela não sabe mentir.

2 comentários:

  1. Que nostálgico, já passei por momentos assim!

    huehueheuheuheuehueheuh

    Lindo texto, Bê!
    :*

    ResponderExcluir
  2. Adoreiii!!!!... Coitado desse menino que não percebeu antes que a menina não sabia mentir!

    ResponderExcluir

Comente, opine, se expresse. Esse é o seu espaço. Que ele seja doce !