25 de set. de 2011


Assim, como mudam as estações. 
Se acaba o frio de um inverno. E se espalham pela vida as flores de uma primavera.
Aquele domingo foi assim. Era manhã de primavera, a brisa fresca que vinha diretamente da janela para o rosto de Alice preenchia todo o quarto. Ela sorrira feliz, lembrando da cena em que Charles colocara uma rosa recém tirada atrás de sua orelha. Ela havia corado com aquilo, mas seu sorriso quase explodia de tão grande. Lembrando daqueles dias, seus olhos marejaram.  O pouco tempo que passaram juntos, fora o suficiente para acender dois corações que almejavam carinho e cuidado.
Logo o sorriso se refez no rosto angelical de Alice. Faltava pouco, para ela ter o calor de Charles novamente. Seus lindos olhos castanhos marejados se fecharam derramando uma sorrateira lágrima enquanto lembrava.
Dessa vez ela sabia que não era só um conto de fadas. Era verdadeiro.
Ela sentia. Podia sentir.
E lembrando, apenas sorria.
Pois o sorriso de Charles, era o seu sorriso. 

24 de set. de 2011




Dizem que o amor é o sentimento primordial do ser humano. A ele, é dada toda a responsabilidade de ser feliz. Você só é feliz, se estiver amando. Não é o que dizem?
O fato é que amor, é muito mais do que simplesmente "amar".
As aspas são inevitáveis. As aspas envolvem todo um processo de dúvida e súplica.
Porque amor, não se pede. Nasce, aflora, acontece.
É simples assim, quem não tem amor não dá amor.
O amor é infinito. Rompe as fronteiras, transcende ao tempo.
Ele tem a capacidade de transformar-se, renovar-se.
Quem ama, não ama em vão.
Quem é capaz de amar, apenas se doa e é feliz. Muito feliz.
Então, a responsabilidade é toda nossa!

23 de set. de 2011


TUM, TUM, TUM. TUM, TUM, TUM.
O coração bate, o coração grita, o coração rasga, o coração explode, o coração sangra. E ninguém vê. E ninguém escuta. 
Só se vê o silêncio e só se escuta o sorriso ameno, um riso que não chega a alcançar os olhos, como que congelado no tempo.
Atravessei agosto rasgando-me e remendando-me sem comprimidos, sem sonhos, sem amor. 
Setembro me trouxe novos versos, envolvidos em olhares e sorrisos. Novos sorrisos.
  Em dias a fio, eu sonhei. Eu gritei e implorei.
"Felicidade, permaneça!"
Ela está a fingir que não me escuta. Mas ela está aqui, na alma dele que me abraça com tanta esperança.
Hoje, contudo, setembro me escorre entre os dedos. A dor. O inesperado.
O que vem depois de setembro, meu Deus?  Entre tantas palavras confusas, resta-me apenas uma certeza: antes que outubro termine, quero de novo cantar. Quero a nuvem azul que se rasgou ontem em minha janela      -antes que outubro termine, vou costurá-la ao sol quente de novembro.

17 de set. de 2011

" Sabe, é melhor esquecermos tudo isso. 
Toda a turbulência. Todas as dúvidas. Todas as desculpas e os enganos.
Podemos apenas nos amar. Seja por quanto tempo o amor durar.  "


Te dou um muito do meu tempo que às vezes é tão curto, mas é teu. Só teu.
Junta seus sonhos com o meu. E assim a gente costura um céu estrelado. Uma noite tão clara como o dia. 
Tenho uma coleção de estrelas penduradas no teto do meu quarto.
Tenho um pote de cores onde antes guardava doce. 
Tenho um segredo que vou contar só pra você.
Escondo um antigo mapa dado pelo meu avô pra neta mais velha que sou. Sim, um mapa! Pro lugar onde a gente vai ser feliz todo dia. Tá marcado com um X, em vermelho. De lá a gente vai assistir o mundo de cá. É segredo.
Vou pintar uma realidade fantástica pra você se distrair da rotina sem cor.
Vai ter dias ensolarados só pra gente sentar debaixo de uma sombra de uma árvore.
Vou tirar você da rotina só pra te distrair.
Pra ver você feliz eu estendo um braço e entrego um coração cheio de temperanças sujeito a intempéries. 
Afinal, chuva quando é vista da sombra a gente enxerga o arco-íris.
O amor é mais que palavras bonitas, flores e poemas decorados.
Amor são palavras ditas por entres bochechas rosadas, abraços silenciosos, mãos dadas que nos aceleram o coração. 
Sabes que é amor quando de nada passa a ser tudo.

10 de set. de 2011

E um arco íris como um aviso do céu:
É proibido não ter esperanças.
Só porque é Setembro."  

- Cris Carvalho

É quase setembro, as rosas começam a reinar. Tem uma felicidade embutida em meu corpo que voa.
Solto as mãos e me jogo.
A certeza que o mundo gira devagar me abrange, as peças desse quebra-cabeça se modificam. Sou a peça chave do meu jogo. Das minhas certezas, sou devota, dos meus erros, sou verdade, das minhas doçuras, sou vaidade, dos meus medos sou metade. E de mim sou inteira.
Essas dores físicas, vazios empoeirados, choros e angustias interiores quero deixar presos num inverno de qualquer estação ultrapassada.
Mas ainda escuto ecos dos meus sentimentos.
Emprestei um riso da primavera que virá, devolvo quando você voltar.
Então, agora eu quero perfume, eu quero flores, eu quero céu azul e um sol pra iluminar meus dias.
Eu quero desenhar um setembro colorido. Eu quero cada cor do arco-íris.

Respirar torna-se difícil. O peito dói, o ar pesa. 
Nem chorar consegue. Apenas algumas lágrimas fogem, sorrateiras, dos seus olhos. 
Gritos internos esperam a chance de libertarem-se.
O sol, por mais forte que esteja não penetra em sua pele, criara uma proteção fria em volta de si. Calor e frio não encontram-se. Palavras já não lhe dizem coisa alguma e ações, a deixam assustada. Sensação de que não haverá tempo. Se vê obrigada a sair depressa do próprio labirinto em que se metera. O tempo corre. E ela não se encontra. O desespero vem. O coração aperta. 
Os pés doem, não consegue dar um passo à frente. Tenta voltar.
Tanta coisa acumulada, tantos sonhos interrompidos. 
Logo percebe que não há espaço para voltar. Desiste. 
Sente que é para frente mesmo que se deve andar, por mais que os pés doam, seu coração não chore e seu peito a sufoque e ainda exausto deve ter a capacidade de dar um último suspiro, seja ele de êxtase ou de dor.