Eu soube, desde a primeira vez que te vi, que corria o risco de te querer.
Talvez pela adrenalina de tudo aquilo,fantasia ou só desejo bobo.
O fato é que eu sempre soube que corria o risco de te querer, e quis.
Mas deixei guardado, lá no fundo pra tentar esquecer.
Inventei uma admiração tola, um querer bem de amigo, umas conversas despreocupadas e forcei a me convencer que bastava, que era isso e pronto. Nada mais.
Doce engano. A armadura se desfez nas primeiras palavras daquela última noite de férias de inverno, ao frio e ao som de titãs.
Você montou frases em voz de veludo, ensaiou arranjos perfeitos e foi me desmontando todinha, arruinando a esperança que eu tinha de não sentir nada, nadinha. Um mínimo de sentimento.
Mas eu me vi feliz, sabe? Eu queria aquilo, constatei. Eu queria aquilo, aquele momento, aquelas palavras, aquela certeza, aquele sorriso, aquele abraço quente, aquele conforto. Eu me sentia bem.
Uma vez me falaram, tamanho era meu silêncio, “ainda existem portos seguros” e eu não acreditava.
Ficava na minha redoma, ruminando o que ardia aqui por dentro e me virava sozinha, como podia, como aguentava fingir que podia.
Daí veio você e eu senti segurança. Encontrei meu porto seguro, enfim.
E aí está você, que me aninha nos braços como se eles tivessem sido moldados só me abrigar.
Eu me escondo no teu abraço e esqueço do mundo.
Acredito que sou capaz de ir mais longe, que você é capaz de me levar mais longe, de me fazer melhor, e buscar a felicidade em cada amanhecer junto comigo. Cada vez de um jeito diferente.
Do seu jeito sempre calmo, e do meu jeito torto, mas sincero, de te amar.
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