20 de nov. de 2011

 No som das batidas, sincronia entre as cordas do violão e os passos dela. 
Era de vibrações que enchia o peito pra dançar! 
Amava aquela música porque vinha de dentro e varria as angústias, cada sonho ainda não realizado. 
Como se fosse o último movimento, saltou o extâse dos tambores de lá até ela, fios de prata uniam os acordes e aquela música que acordava no corpo. 
Os suores eram as lágrimas escorrendo e molhando a roupa, os dias estavam cinzas e ela pintou a cara da vida: naquele instante ela pôde.
Ninguém parecia entender, porque de fora essa procura por razões cega os sentidos. Os olhos não viam aquela dança, porque os olhos procuravam imagens. Os ouvidos não ouviam aquela música, porque os ouvidos procuravam som. Ela desencaixou os medos, ampliou com as mãos o universo, chamou e falou aos ventos da dança que queria ter com eles. Clamou pela chuva pra lavar a lágrima de seus olhos. Foi um momento de inteireza, até o céu olhou aquela moça que bailava, mandou os pingos de chuva pra convidá-la a continuar. 
Ela dançou e se esqueceu do tempo. 


- porque às vezes é preciso deixar a música de dentro tocar, e fazer de cada situação um passo de dança diferente.

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