1 de mar. de 2012


Eu vi: cuidado é um presente. Dádiva. Zelo. 
O encontro de duas almas, uma disposta e uma outra tão entregue, tão precisa. 
Cuidado é um olhar que repousa, um abraço que descansa, uma noite mal dormida. Uma palavra muda que esgarça o seu bordado de silêncio mais compreensivo e revelador. Um nó na garganta caindo por terra.
Não estou falando daquele cuidado enfeitado, planejado, cheio de compromissos. Não estou falando daquele cuidado matemático que calcula os nossos pontos fracos.
 Estou falando do cuidado que é próprio, daquele que rompe a nossa preguiça.
 É que, assim como o amor, o cuidado só corre bem quando é entrega, quando é o outro dentro da gente, quando é a possibilidade de uma calmaria, uma intuição bem resolvida, um esclarecimento. 
Cuidado não é uma tentativa. Não é uma válvula de escape. Cuidado é poesia pronta que nos conta novas saídas. É inaugurar sol dentro do outro em dias feitos de chuva. 
Cuidar é ofertar ao outro um barco nunca antes usado, um abraço nunca antes pertencido.

Cuidado é recomeço para dois ou mais sorrisos.

Um comentário:

  1. Que lindo seu blog! Um encanto tanto na estética como nas palavras.
    Vc é rica de alma menina.
    Parabéns.
    Que sua escrita seja sempre abençoada!

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